Outro dia, deparei-me com a seguinte frase no livro da Marian Keyes:”(…) Por que temos uma capacidade finita de ter prazer, mas temos uma outra, infinita, para a dor?” E achei válida a reflexão, embora já saiba a resposta: somos faltosos, personificação de sentimentos dúbios, reis dos maiores dilemas e personificação dos sentimentos dúbios e as reclamações; a fila tá grande, a faculdade é longe, o namorado não tira a barba e a cólica chegou.
Já falei aqui (ou em outra rede social) que eu sou rainha de registros, vivo pra escrever e escrevo tudo que vivo. Pois bem, outro dia achei textos que mostraram uma Beatriz Freire que quase não reconheci, de tão otimista e grata que era, a moça. Sim, ela tinha TPM, teve vários problemas pessoais, passou por semanas de prova e seminário, não atingiu metas que tinha na listinha que ficava no quarto. Mas a mesma Bia (se é que posso chamar assim) achou roupa pra sair todas as vezes que procurou, viu os amigos e o namorado depois de uma semana longa, ligou o carro e ele funcionou, torceu para um time que poderia ganhar.
As mesmas coisas que me rodeiam hoje, engraçado né?
O mundo hoje anda a passos vacilantes, temerosos, machucados. Mas lamentar-se não dá perspectiva e nem vias de sair do lugar, relocar significados para todos esses eventos sim. Pelo menos, foi o que eu entendi quando li o que estava escrito: não se pode ter esperança no que vai ser quando não consegue ser grato pelo que é.
Esta comunicação muda o mundo, o mesmo mundo que se apresenta como você quiser vê-lo.