Acho que se eu me encontrasse Noutro ano, esse mesmo dia E contasse tudo que aconteceu Confesso que não acreditaria.
Mas ao mesmo tempo Me acostumo a mudança Refaço o caminho e a rota E, apesar do susto, tenho esperança.
Escrevi coisas pessoais Escrevi sobre meus sentimentos E jogo pra esse momento agora Todos os meus pensamentos.
Pra reorganizar, pra visualizar, pra entender Pra saber os passos possíveis pra agora Pra organizando o mundo aqui de dentro Poder lidar com o mundo de fora.
Algumas vezes a gente não tem a menor noção de pra onde nosso barco está indo, não é? Daí a importância de reajustar a vela, olhar novamente o mapa, entender o que é possível fazer com essa sensação de “estar perdido”.
Digo isso na condição de também me ouvir. De parar nessa correria e separar o que faz sentido pra mim ou não… pois tenho percebido um mar de informações chegando toda hora.
E, sinceramente, levei vários caldos.
Sei que conseguir levantar, mudar de rota, se organizar pra seguir outra rota leva tempo e que não vai acontecer de maneira linear e nem “da noite pro dia”. Mas é importante e também conta como uma maneira de cuidar de mim.
Pode ser que seja por aí também, por isso que escrevo isso agora.
Ouvi de uma pessoa muito querida uma vez que “nem Picasso é Picasso todo dia”, e levei isso pro meu processo: não serei 100% todos os dias, e não está tudo bem. E tudo bem. Nos outros dias vejo o que errei, o que acertei, o que posso mudar e o que posso manter.
Conta como uma maneira de cuidar de mim. E que bom, pois é aqui que moro.
Ei, boa tarde! Como é que vocês estão? Eu vim fazer uma coisa que faz tempo que não me permito fazer: uma resenha sobre algo que assisti/li. E, para isso, eu trouxe o livro que terminei nesse final de semana chamado “tempo de reacender estrelas”, da Virginie Grimaldi. O livro conta a história da Anna, que depois de ver que a própria vida virou de cabeça pra baixo, decide levar as filhas – Chloé (17) e Lily (12) – em uma viagem para ver a Aurora Boreal. No decorrer da viagem, as três vão descobrindo coisas sobre o mundo e sobre as próprias histórias e percebendo como isso interfere na relação que elas vinham levando. O que bateu na tecla do “o que a gente joga pra debaixo do tapete retorna até ser resolvido”. E pela maneira que a história se desenvolveu, difícil não me colocar no lugar de cada uma das personagens…embora não concordando sempre com as mesmas. Foi uma surpresa bem grata me deparar com esse livro; ele fala de temas muito delicados como relações familiares, mudanças e luto de uma forma que eu considerei muito sensível e delicada. Por isso vim aqui recomendá-lo. Espero que seja uma boa leitura por aí também! 😊 . Com carinho, Beatriz.
Um dos meus filmes favoritos chama-se Efeito borboleta; fala sobre escolhas, consequências e como lidamos com o que acontece a partir do momento em que trilhamos determinados caminhos.
Acontece que cada vez que tomamos um rumo, renunciamos a tantos outros e segue na nossa cabeça o:”como poderia ter sido?”
Preciso te dizer que essa dúvida apareceria em qualquer caminho que fosse, pois não há como escolher todas as coisas e lidar (bem) com a nuance de cada uma delas. O que nos cabe é escolher, seguir com as nossas escolhas e dar sentido para as mudanças que vão acontecendo a partir delas.
Isso gera uma série de sensações e sentimentos, eu sei.
É uma terça chuvosa e eu estou sentada na frente do computador desde o começo da tarde mais ou menos. Voltando a estudar algumas coisas que tinha visto na graduação, sendo que com outro olhar e outras experiências.
Não tem a possibilidade de tirar as mesmas conclusões do texto. Afinal, já nem é a mesma Bia lendo.
Vejo que tem tanto do que li que apliquei enquanto terapeuta, vejo que tem o que pode ser pensado pra aplicar nas próximas vezes, e percebo que implica em mim nas outras coisas da vida também.
É uma linha muito tênue essa de ser pessoa cuidando de pessoas. É uma linha muito tênue essa de escrever sobre o que eu sinto e o que eu entendo da teoria. E tem horas que eu preciso ter cuidado de não pisar demais; nem de um lado de outro.
Eu queria vir falar de teoria De tudo que venho estudado Mas vi que é dia da poesia E resolvi deixar guardado.
Pra compartilhar sobre tudo Que a escrita fez por mim, Mesmo os poemas Que nascem do nada, assim.
Escrevi sobre começos E sobre finais também Sobre tudo o que me tira o sono E o que me faz dormir bem.
Escrevi como quem declama Pra minha palavra chegar onde quiser Me reli como quem chama A coragem pro que vier.
Alguns versos se perderam Outros foram guardados Em papel, na rede Escritos em foto, ou falados. Mas de tudo que venho escrevendo A história mais trabalhosa é a minha Pois é chega de nunca E não cabe numa só linha.
Ao mesmo tempo… Me dá a sensação de ser bonita Essa história se refazendo em ciclos De maneira infinita.
Que venham outros dias de poesia Que venham versos pra escrever Sobre tristeza, sobre alegria Sobre tudo que puder ser. 💚
Esse site começou a algum tempo, quando eu precisava colocar os pensamentos da jovem que eu era. E os últimos dias tem me dado a necessidade de fazer isso de novo.
O processo de começar a gostar da gente é muito doido, né?
Não estou dizendo que cheguei onde queria nem que não tenho mais sonhos, pelo contrário; inclusive, eles seguem aqui anotados na vida que não se posta.
Mas eu resolvi que valia a pena ser mais gentil com a Bea/Bia/Bia-Bia/Beatriz que eu sou hoje (obrigada, terapia). Não foi linear, não foi um processo lindo, e…principalmente, não aconteceu da noite pro dia. Veio aos poucos, nas pequenas validações, nas paradas de ócio criativo, nos segundos em silêncio, no mergulho (na piscina, no mar e em mim).
Sou uma junção confusa de alguém que tenta manter uma rotina de exercícios, ama ler, é viciada em café e fica feliz que nem criança quando tá na água.
Sou a junção de todas as escolhas que o contexto me permitiu fazer e como lidei com elas.
Sou alguém que tem fé na vida. Por mais complicado que seja mantê-la.
Sou alguém que ama, respeita e admira de maneira muito profunda os familiares e os amigos.